Carta ao [meu] amor

Não me peças para ficar, minha casa tem asas. Onde irei morar? …Peça-me para viver, afinal “a vida só se dá, pra quem se deu”.

Por favor, novamente, deixa-me correr, sentir o vento forte fechando os meus olhos. Deixa-me voar, alto e longe, mesmo sem asas, percorrer os trópicos. Câncer, Equador, Capricórnio. O mundo é grande e breve é o espaço de beijar. Fixar-me é fazer prisão sem grades.

Permita-me esvair; permita-me perder para poder achar. Deixe-me morrer para então, viver. Observa. Tão somente, meus pés sobre a terra, fazendo ser vivente. Admira a liberdade do espírito: O céu é a morada, a terra se faz caminho.

[te darei o mar que cabe no colchão de amar.